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Eu mudo, tu mudas ele muda…

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No artigo deste mês quero refletir com vocês sobre o processo de mudanças na vida. Embora muitas vezes a gente não perceba de forma tão objetiva e consciente a vida nos chama a este processo o tempo todo. Algumas mudanças são previsíveis e esperadas, negativas ou positivas, surpreendentes ou não, o certo é que elas exigirão capacidades de resiliência, adaptação e aceitação, de cada um de nós.

Algumas pessoas irão lidar melhor do que as outras com as mudanças, isso é fato. Freud, pai da psicanálise, tem uma frase célebre sobre essa temática que diz: “quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda.” Embora eu não seja psicanalista concordo com ele. Muitas vezes precisamos chegar a tal estagnação emocional, para então efetivarmos a mudança.

Mas porque resistimos tanto a mudança se ela pode trazer melhores cenários para nossa vida? A maioria das respostas tem como base a emoção do medo. Em princípio todas as emoções têm a sua função positiva e a função do medo é nos proteger, não nos permitindo correr grandes riscos. Mas quando ele, o medo, assim como as demais emoções, não são bem dosadas podem causar prejuízos a pessoa, atrapalhando seu potencial.

Muitas vezes ficamos fechados num ciclo de medo e ruminação, gerando uma dor emocional que pode ser o convite para fazermos aquilo que não conseguimos fazer de forma consciente. Devemos dar a mudança a oportunidade de provar que tudo pode ser melhor. Aceite o seu medo do desconhecido, o medo de mudar, jamais poderá ser maior que o seu dever de transformação. Precisamos criar uma flexibilidade cognitiva para o novo e aceitar a impermanência da vida.

Quando a gente pensa em mudança, na maioria das vezes pensamos na fase da ação, a fase em que é visível a mudança, a transformação. De forma didática podemos pensar a mudança num conjunto de cinco fases em que a ação é somente uma delas. Segue as fases para refletirmos.

– Fase 1: pré-contemplação onde não existe de maneira geral a intenção de mudar, as pessoas próximas identificam o problema, mas a própria pessoa se recusa a falar sobre ele.

– Fase 2: contemplação onde a própria pessoa reconhece o problema e começa a querer resolvê-lo. Nesta fase busca compreender o problema, sem que aja ainda um compromisso no sentido da ação.

– Fase 3: preparação, onde já se planeja a mudança no tempo.

– Fase 4: ação, fase em que se coloca em prática a mudança de acordo com o planejado.

– Fase 5: manutenção é uma fase em que se necessita continuar a trabalhar, para manter os ganhos visíveis na fase anterior. Essa é uma fase que exige grande compromisso e esforço.

E a mudança está concluída quando se atinge o objetivo e a ela está implementada no dia a dia.

Embora certas mudanças possam virar nossa cabeça para baixo, o que realmente importa é como reagimos e lidamos a elas. Esse é um processo complexo e nem sempre pacífico. Entender que nem sempre a vida é estável e que mudar, seja o que for e quando for é inevitável. Assim ajustar o pensamento é essencial para que a ansiedade e preocupação não tomem conta.

Segue abaixo algumas atitudes que podem deixar as transições da vida um pouco mais leve:

– Analise a situação como um todo, tente analisar todos os lados. Reconhecer os pontos positivos e negativos das mudanças, pode ser fundamental para você encontrar a melhor maneira de enfrentar a situação.

– Descubra o que você pode controlar e aquilo que não está no seu controle. A mudança pode nos deixar vulneráveis e receosos, mas entender o seu papel na transformação e identificar o quanto dela você pode controlar, certamente são atitudes que te ajudarão a colocar tudo em perspectiva.

– Dê uma chance ao novo, nenhuma mudança é totalmente negativa. Sempre haverá um lado positivo, por mais que possa ser difícil identificar num primeiro momento.

– Aceite as transformações, algumas mudanças estão fora do nosso controle e isso pode nos gerar ansiedade, mas não nos resta muito o que fazer, a não ser aceitá-las. As mudanças que não queremos estão além do nosso domínio e aceitar que esta é a nova configuração da nossa vida é um passo importante para conseguir manter a calma e evitar crises de estresse, ansiedade e depressão.

5- Busque ajuda, as mudanças podem vir em tamanho, proporção e intensidades diferentes, sendo muitas vezes necessária uma ajuda psicológica especializada para auxiliar no enfrentamento destes desafios.

Sendo assim espero que este artigo te ajude a refletir como tem encarado as mudanças na sua vida, espero que te permitas ser feliz porque você merece!

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Lidiane Klein

Especialista em Neuropsicologia pela UFRGS, Mestre em Psicologia e Saúde pela UFCSPA e Doutoranda em Ciências da Reabilitação. Trabalho com avaliação neuropsicológica, psicoterapia, reabilitação, intervenção neuropsicológica e estimulação cognitiva, principalmente para adultos e idosos.

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