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Cuidar de si, para melhor cuidar do outro!

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Não tem nada de errado dedicar-se, ser atencioso e se preocupar com as pessoas queridas a sua volta. Cuidar de filhos, familiares, amigos e demais pessoas que estimamos muito é bom e importante. Mas não é saudável cuidar de outras pessoas e negligenciar cuidados a si mesmo. Cuidar de si mesmo também é extremamente importante, afinal, não adianta você cuidar de todos e se esquecer da pessoa mais importante do mundo: você!

O autocuidado é um conjunto de atitudes que cada pessoa realiza com o intuito de cuidar de si mesmo, e não está relacionado a egoísmo como algumas pessoas pensam, está sim, relacionado ao amor próprio. Cuidar de si refere a cuidar da saúde a nível PSICOLÓGICO e CORPORAL, estar atento as suas próprias necessidades e desenvolver hábitos que visam o seu próprio bem-estar. É praticar no dia-a-dia ações necessárias para manter-se em um nível saudável.

Estas ações podem ocorrer de três formas:

Ações Preventivas – para evitar situações de doença ou mal-estar;

Ações de manutenção – para facilitar e regular uma situação estável e de saúde;

Ações reparadoras – se preciso repor o meu bem-estar ou recuperar a minha saúde;

Diariamente, pequenas ações, quando em excesso, podem ir diminuindo aos poucos nossa auto valorização. Ignorar necessidades e desejos, viver em função de opiniões de quem está a sua volta e colocar-se em segundo plano são algumas das atitudes que nos prejudicam na construção de quem somos.

A atenção que damos a aspectos simples de nossa rotina, como o cuidado que temos com nosso cabelo, pele e vestimentas é de extrema importância, pelo contrário do que muitos podem pensar. São nas pequenas ações que o autocuidado se inicia, tendo como consequência o aumento da autoestima. A autoestima ou valor dado a cada um por si mesmo é fundamental para o bem estar mental e físico de qualquer pessoa, já que a aceitação de si mesmo reflete em cada aspecto da vida, inclusive no autocuidado.

Destinar atenção para si é mostrar que você é digno de seu tempo, e merece seu bem-estar. Mas o autocuidado não se resume somente a aspectos do corpo, como já falei anteriormente. Na verdade, a mente assume o papel principal quando falamos sobre o assunto. O autoconhecimento é importante para que haja consciência sobre os limites, qualidades e defeitos inerentes à nossa personalidade.

Mas então, como perceber e avaliar se o meu autocuidado precisa de cuidados?

– Ando a colocar as necessidades das outras pessoas à frente das minhas?

– Esqueço-me de consultas, tratamentos ou outros compromissos importantes para mim?

– Ando a adiar a resolução de problemas importantes e que condicionam a minha vida futura?

– Tenho um problema de saúde e não faço prevenção para que não piore?

– Sinto-me muito cansado e adio períodos de descanso?

– Ando negligente com a minha alimentação e com o meu sono?

– Permaneço isolado e sem recorrer a pessoas que me possam apoiar e que me permitam trocar afetos e usufruir da vida?

Se a sua resposta tiver sido sim para a maior parte das perguntas, digo que está na hora de você dedicar-se mais a si mesmo, se valorizar mais e se cuidar melhor. Somos nós quem comunicamos ao outro o nosso valor, se a gente não se valorizar e fizermos por nós mesmos, dificilmente o outro fará. A palavra chave é atitude para mudar aquilo que nos desagrada, atitude para iniciar a mudança.

A seguir deixo como sugestão algumas atitudes simples que se colocadas em prática podem aumentar não só o nosso autocuidado, mas também autoestima e amor-próprio.

– Reconheça os seus limites, aprenda a dizer não para se proteger;

-Organize seu tempo, o tempo não estica mas uma boa organização ajuda muito;

-Faça planos sozinho, permita-se relaxar sem culpas;

-Atente-se ao seu corpo;

-Viva o momento presente;

-Sorria mais

Lembre-se: O custo do cuidado sempre será menor do que o custo do reparo!

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Lidiane Klein

Especialista em Neuropsicologia pela UFRGS, Mestre em Psicologia e Saúde pela UFCSPA e Doutoranda em Ciências da Reabilitação. Trabalho com avaliação neuropsicológica, psicoterapia, reabilitação, intervenção neuropsicológica e estimulação cognitiva, principalmente para adultos e idosos.

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