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Depressão pós férias existe e não é frescura!

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Vamos combinar que retomar ao trabalho depois um período de férias, na maioria das vezes, não é o momento mais almejado. Neste período considerado de descanso normalmente viajamos, nos divertimos, mudamos a nossa rotina, ficamos menos regrados. Retornar implica em voltarmos a rotina, estresse com o dia dia, cumprimento de horários e obrigações, reencontrar colegas, o que pode ocasionar sentimentos difíceis de gerenciar.

A depressão pós férias ou também chamada síndrome pós férias é um conjunto de sintomas que ocorre no retorno ao trabalho, e é mais comum do que imaginamos. Pode parecer exagero, mas para algumas pessoas lidar com esse retorno pode ocasionar ansiedade, tristeza, irritabilidade, insônia e até sintomas físicos como quadros de gastrite e dores musculares.

Cada caso deve ser analisado individualmente, porém quando analisamos estes sintomas em conjunto podemos também pensar em um caso de estresse, que não tem necessariamente relação direta com o final do recesso. Podemos ainda levantar a hipótese de que algo não vai tão bem no seu ambiente de trabalho ou até mesmo em aspectos pessoais. Quem está satisfeito com a sua própria carreira, tende a sentir motivação no retorno.

Esse cenário merece atenção se perdurar por mais de um mês, normalmente levamos uma semana a 15 dias para nos readaptarmos novamente ao trabalho. Importante que a gente entenda que este é um processo, acomete cerca de 23% da população brasileira anualmente, segundo dados de um estudo no Brasil conduzido pela instituição ISMA-BR (International Stress Management Association). Essa condição aflitiva ocasiona uma série de sintomas que interferem na produtividade do profissional.

Nos resultados da pesquisa, as queixas mais relatadas foram:

-Angústia (89%)

-Dores musculares e de cabeça (87%)

-Cansaço (83%)

-Insônia (42%)

-Problemas gastrointestinais- diarreia e gastrite, por exemplo (28%)

Importante salientarmos que não é o simples retorno ao trabalho que desencadeia essa situação, na verdade as férias foram somente o estopim de algo que já estava latente.

O estudo ainda nos mostra que, entre as pessoas que apresentaram sintomas de depressão pós férias:

-93% relataram insatisfação profissional;

-86% não conseguem vislumbrar chances de crescer profissionalmente;

-71% reclamam do clima organizacional, afirmando que o ambiente era adverso, no qual não se sentiam seguros.

Investigar a insatisfação é ponto de partida, o que pode ser facilitado por uma ajuda psicológica especializada, onde você encontrará melhores estratégias de enfrentamento e suporte para futuras mudanças.

Abaixo algumas dicas para amenizar este processo:

– Se prepare para a volta das férias mesmo antes delas começarem, seja na sua casa ou no trabalho. Viaje com a casa limpa, sem roupas para lavar ou mesmo com a dispensa vazia. No trabalho voltar com tarefas acumuladas e desorganizadas pode ser muito frustrante, por isso deixe tudo organizado antes de sair.

-Tente se desconectar de preocupações e repor as energias necessárias para poder voltar com todo gás. Esse período é fundamental para encarar o trabalho de forma mais positiva, sem a sensação de que as férias acabaram antes do tempo.

-Desacelere no final das férias para que o impacto de transição férias trabalho não seja tão forte. Evite retornar de viagem próximo ao retorno do trabalho, seu corpo e sua mente precisam ir se acostumando.

-Organize o seu espaço de trabalho, fazendo uma boa limpeza no ambiente, decore com a sua cara.

-Restabeleça bons hábitos, pois muitas vezes durante as férias acabamos deixando de lado a rotina de exercícios, comemos e bebemos mais do que deveríamos e dormimos em horários alternativos.

-Faça coisas legais, pois não é porque voltou de férias que a vida tem de ser tediosa em casa. Faça coisas que te deixem feliz, te distraiam e te façam aguardar com expectativas.

-Vá devagar, se precisar pise no freio, não tente sair resolvendo tudo e tirar o atraso das tarefas, de reuniões e de e-mails de uma só vez. Reconheça que vai levar algum tempo para retomar seu ritmo.

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Lidiane Klein

Especialista em Neuropsicologia pela UFRGS, Mestre em Psicologia e Saúde pela UFCSPA e Doutoranda em Ciências da Reabilitação. Trabalho com avaliação neuropsicológica, psicoterapia, reabilitação, intervenção neuropsicológica e estimulação cognitiva, principalmente para adultos e idosos.

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