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Do que você se arrepende?

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No artigo deste mês iremos refletir sobre arrependimentos. Quem nunca experienciou este sentimento em algum momento da vida?

Arrependimentos advêm de atos realizados ou simplesmente por atos não realizados. Nos arrependemos por aquilo que fizemos, mas principalmente pelas coisas as quais deixamos de fazer. E estas são as mais difíceis de lidar pois deixa um sentimento de vazio por nem termos tentado. Guimarães Rosa sabiamente nós diz no Grande Sertão Veredas que o que a vida quer da gente é CORAGEM!

Arrependimentos normalmente ocorrem em uma situação na qual ficamos em um dilema de decisão. O arrependimento em um primeiro momento pode ser visto como algo negativo, porém ele é uma oportunidade de nos colocarmos na direção certa. Indica que o ato foi pensado e refletido.

Sempre que fizemos uma escolha nós temos a convicção de que estamos fazendo a melhor opção, dentre todas as possibilidades. Se não foi a opção mais acertada precisamos entender que foi o melhor que podíamos fazer naquele momento. Não tínhamos a maturidade e nem a lucidez que temos hoje em dia.

Muitas pessoas chegam ao final da vida arrependidas pelas escolhas que fizeram, o pode lhes gerar uma sensação de fracasso, associada a um sentimento de culpa. A maioria das pessoas que não consegue deixar os arrependimentos para trás imagina que estaria mais feliz se tivesse tido outras escolhas. O fato é que não temos como saber se estaríamos melhores ou piores, estes tipos de pensamentos não nos levam a nenhum lugar. Ter um olhar negativo sobre a história de vida que construímos nos impede de enxergar os aprendizados que os momentos difíceis da vida nos trouxeram.

Apresento para vocês os cinco maiores arrependimentos ao final da vida. A enfermeira australiana Bronnie Ware que trabalha com cuidados paliativos e acompanha os pacientes nas suas semanas finais, nos conta no seu livro “The Top Five Regrets of the Dying” (“Os Cinco arrependimentos daqueles que estão para morrer”). Leia e reflita se você também não está se encaminhando para estes arrependimentos. Lembre-se sempre há tempo de mudar a rota!

1 – Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo.

Segundo a enfermeira, somente no leito de morte as pessoas perceberam quantos sonhos não foram realizados ao longo da vida. Bronnie Ware diz que a maioria dos seus pacientes não tinha honrado nem mesmo a metade dos seus desejos. Lembre-se o que é vida espera da gente é coragem!

2 – Eu queria que eu não tivesse trabalhado tanto.

Esse foi o pesar mais comum entre os pacientes do sexo masculino, de acordo com a enfermeira. Eles perderam a juventude de seus filhos e o companheirismo da suas parceiras, conta Bronnie Ware.

3 – Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.

A enfermeira explica que muitas pessoas suprimiram seus sentimentos, a fim de manter a paz com os outros. Como resultado, elas adotaram uma existência medíocre e nunca vieram a ser quem elas realmente gostariam de se tornar.

4 – Eu queria ter mantido mais contato com meus amigos.

Segundo Bronnie Ware, muito se tornaram presos de suas próprias vidas, perdendo grandes amizades ao longo dos anos. Houve arrependimentos profundos sobre amizades que mereciam mais tempo e esforço para serem cultivadas.

5 – Queria que eu tivesse me deixado ser mais feliz.

“Este é um pesar surpreendentemente comum”, diz a enfermeira. “Muitos não percebem até o fim da vida de que a felicidade é uma escolha. Eles haviam ficado presos em velhos padrões e hábitos”, acrescenta Bronnie Ware.

Fica evidente que os maiores arrependimentos ao final da vida é tudo aquilo que o dinheiro não compra, são as coisas as quais deixamos de fazer. Claro, que cada ser humano é único e tem as suas razões individuais, porém estas são as mais recorrentes apresentadas pelos pacientes terminais.

Mas de qualquer forma ao longo da vida vamos tendo os arrependimentos e é importante que aprendamos a lidar com eles no momento presente, não deixando que ele passe a pesar a nossa consciência e nos tire a paz. Muitas vezes pode ser necessário um apoio psicológico para entender melhor a si mesmo, entender a situação de forma geral assim como os sentimentos das outras pessoas envolvidas. Vamos lá permita-se ser feliz, você merece!

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Lidiane Klein

Especialista em Neuropsicologia pela UFRGS, Mestre em Psicologia e Saúde pela UFCSPA e Doutoranda em Ciências da Reabilitação. Trabalho com avaliação neuropsicológica, psicoterapia, reabilitação, intervenção neuropsicológica e estimulação cognitiva, principalmente para adultos e idosos.

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