Existe relação entre perda auditiva e prejuízos de memória?

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Se você ou seu familiar apresentar algum tipo de perda auditiva, te convido a um monitoramento dos seus processos de memória, pois sim perda auditiva e memória tem muita relação. A deficiência auditiva pode causar outros prejuízos que vão para além da dificuldade de escutar.

No envelhecimento não patológico, o dito normal, temos algumas perdas, sendo elas físicas, cognitivas e sensoriais. Dentro das perdas sensoriais a diminuição da audição é bastante comum e muitas vezes necessitando da utilização de aparelhos auditivos para correção. O que não é muito bem aceito por muitos idosos que por diversos fatores não se sentem à vontade em utilizar, além de ter um valor bem elevado. Mas o que muita gente não sabe é que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente este tipo de aparelho, você só precisa se informar como funciona na sua cidade, uma pesquisa no google pode ser um bom direcionamento inicial.

Para evitar complicações futuras é importante identificar o problema no início e procurar um tratamento adequado. É importante ficar atento aos sinais de perda de audição, entre eles dificuldades em escutar o telefone, não entender que as pessoas estão falando, tanto em locais silenciosos, quanto barulhentos, além de percepção de zumbidos.

Agora vamos entender esta relação. Um estudo realizado pela Universidade de Washington (EUA) examinou a atividade cerebral de pessoas com perda auditiva e realizou testes de memória em um grupo de pessoas com audição normal e outro com perda de audição. A pesquisa mostrou que quem tem perda auditiva normalmente precisa fazer muito esforço para entender o que as pessoas estão dizendo, o que acaba sobrecarregando o cérebro – contribuindo para a falta de memória.

Um outro estudo evidenciou que o Alzheimer pode estar relacionado com a perda auditiva em idosos. Este estudo realizado pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, mostra que, a cada dez decibéis perdidos na audição, o risco de doenças cerebrais, como o Alzheimer, aumenta em 27%.

Dependendo do grau de perda auditiva neurossensorial, a pessoa deixa de enviar os estímulos nervosos dos quais o cérebro precisa para processar os sons com nitidez. Sem ouvir direito, ela terá complicações para se comunicar, assim muitas vezes se isolando da família, por vergonha ou por medo de sofrer preconceito. Com as células envelhecendo e o cérebro cada vez menos estimulado, cria-se uma situação favorável para o declínio cognitivo.

Quais cuidados devo ter?

Se você ou sua família perceber alguma dificuldade auditiva é importante buscar uma ajuda especializada para realizar o tratamento e correção mais breve possível, para assim minimizar prejuízos futuros relacionados a sua memória, assim como presar pela sua melhor qualidade de vida.

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Lidiane Klein

Especialista em Neuropsicologia pela UFRGS, Mestre em Psicologia e Saúde pela UFCSPA e Doutoranda em Ciências da Reabilitação. Trabalho com avaliação neuropsicológica, psicoterapia, reabilitação, intervenção neuropsicológica e estimulação cognitiva, principalmente para adultos e idosos.

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