Conforme envelhecemos, existe uma comparação natural com o nosso “eu” do passado.
A memória passa a ser uma das características mais avaliadas, embora a idade seja um
fator determinante para alguns declínios, quando se fala em memória somente declínios
mínimos são considerados esperados. Algo que nos cause prejuízos no dia a dia deve ser
investigado e avaliado. Procurar um profissional habilitado para verificar se seus prejuízos
estão dentro do esperado para sua idade e escolaridade.

De qualquer forma, neste artigo compartilho com vocês alguns fatores que têm relação
direta com o bom ou mal funcionamento da nossa memória e que devem ser motivo de
reflexão da relação de cada um de nós com eles.

• Deficiências de vitaminas principalmente do complexo B podem estar diretamente
  relacionadas a problemas de memória, além de terem papel fundamental em outras
  importantes funções do nosso organismo;
• Sono de qualidade é fundamental para todo nosso funcionamento cerebral, mas
  principalmente para consolidar as memórias daquilo que aprendemos/ vivenciamos
  durante o dia. Enquanto estamos dormindo, o nosso cérebro trabalha no sentido de fazer
  uma “faxina” de todas as substâncias nocivas a nossa mente;
• Condições emocionais em desiquilíbrio: estresse, depressão e ansiedade afetam muito
  negativamente nossos processos atencionais e de memória. Para se ter uma noção
  tamanha interferência, uma depressão crônica, não tratada pode simular uma
  pseudodemência (quadro clínico que pode ser confundido com a Doença de Alzheimer);
• Questões clínicas que se não adequadamente tratadas podem afetar negativamente seu
  desempenho de memória, como por exemplo, tireoidismo, problemas cardíacos, renais,
  hepáticos, e principalmente diabetes que tem uma relação bem direta com déficits de
  memória. É imprescindível ter um acompanhamento médico adequado.
• O abuso de substâncias como álcool e drogas prejudicam nosso desempenho cognitivo
  global. O consumo de álcool ao longo da vida pode causar o que chamamos de demência
  alcoólica caracterizada como Síndrome de Korsakoff;
• Problemas sensoriais principalmente relacionadas a redução/perda da audição tem
  interferência direta na memória por dois motivos, um diz respeito a dificuldade de
  entendimento daquilo que foi dito, se a pessoa não entender todo o contexto não tem
  como realizar uma boa memorização, e segundo fator que enquanto a pessoa utiliza seus
  recursos cerebrais pra ouvir, está deixando de utilizá-los para fazer memória, sendo assim
  é fundamental que problemas auditivos sejam minimizados com tratamento adequado.
• Alguns medicamentos têm comprovação científica de que causam prejuízos a memória,
  como a classe dos benzodiazepínicos (que tem efeitos hipnóticos e ansiolíticos);

Estes são alguns fatores que podem trazer prejuízos a sua memória, eles são
considerados fatores modificáveis, ou seja, quando identificados temos condições de
fazer os ajustes necessários.
É importante ficarmos atentos aos nossos esquecimentos, se estiverem interferindo no
dia a dia de forma mais evidente é importante buscar uma avaliação clínica, seguida de
uma avaliação neuropsicológica, exame este que mensura se nossos déficits estão dentro
do esperado para nossa idade e escolaridade.
Dúvidas, fico a sua disposição para esclarecimentos.