Acredito que o período que estamos vivendo, com o coronavírus, seja um momento de buscarmos uma introspecção, de nos permitirmos olhar para dentro de nós mesmos, e reconhecer as nossas emoções.
Não tem como negarmos que dentre todas emoções, talvez o medo, seja a que mais tem nos feito companhia. Medo de contrair o vírus e não ter o controle de como o organismo irá reagir, medo de morrer, medo de que nossos familiares morram, medo do que irá acontecer com a economia, enfim, um cenário angustiante de incertezas.
Aceitar que neste momento não temos o controle pode nos ser aterrorizante, porém é a realidade e precisamos lidar com ela. O medo da finitude se faz sim presente em muitas pessoas, principalmente idosos, por estarem na população de maior risco, porém a maioria das vezes temos um não dito, mas subentendido pelas entrelinhas. Sendo este um tema tabu, evitamos-o.
Nós nunca saberemos qual a próxima “senha” para a partida, e talvez sim, a nossa possa ser a próxima, independente de ser por coronavírus ou não. O que sempre digo é que nossa mala deve estar pronta, não guardando rancores, mágoas, culpas, seja com relação ao outro ou a nós mesmos.
Uma coisa é certa, não devemos sofrer por antecipação. Precisamos seguir confiantes, esperançosos, acreditando e clamando a Deus que este tempo passe logo, mas que também traga aprendizados a humanidade. Que a gente aprenda a lição que o planeta esta nos dando.
Este é um tempo propício para reflexões. Momentos de olhar para dentro de si e procurar realizar aquela reforma íntima. Devemos olhar de modo muito sincero para as nossas sombras e de alguma forma realizarmos a nossa transformação interna. Existe uma célebre frase que diz: se não aprendemos pelo amor, teremos que aprender pela dor. Penso que a vida neste momento esta nos cobrando isso, uma evolução enquanto seres humanos. É chegada a hora de abandonarmos velhos conceitos, que neste momento, já não servem mais, não tem mais espaço. Embora estejamos tendo uma evolução, novos olhares no coletivo, a cada um cabe a responsabilidade de zelar e realizar sua própria jornada evolutiva.
Os tempos são difíceis, mas eles vão passar, pode ter certeza. Que este período presente seja terapêutico, para que possamos valorizar o que realmente importa nesta vida. Não se esqueça que a vida é um sopro! Quando a doença ou uma situação como essa se instala, percebemos que não temos o controle de nada nesta vida, embora vivamos negando isto.
Desejo que neste momento você encontre a sua paz interior, reflita sobre suas atitudes, se conecte com você mesmo e “descubra” o melhor de você! Seja humilde neste momento, dispa-se de duas defesas, olhe pra dentro de si e renasça na sua melhor versão.
Forte Abraço,
Lidiane Klein – Psicóloga
Especilização em Neuropsicologia-UFRGS
Mestre em Psicologia e Saúde – UFCSPA
Doutoranda em Ciências da Reabilitação – UFCSPA