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Será que a Covid-19 afetou a minha memória e atenção?

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Mais de um ano se passou desde a chegada do coronavírus no Brasil, muito pouco se sabia sobre ele naquele momento. Atualmente muitas dúvidas ainda existem, nem todas as perguntas obtiveram respostas. Muitos pesquisadores ao redor do mundo estão se debruçando para entender as reações (temporárias e permanentes) que ele provoca no nosso organismo.

O que nos intriga é que em cada organismo ele tende a ter uma reação diferente, assim como as sequelas que algumas pessoas tem enfrentando. Dentre elas, algo que tem sido motivo de recorrente queixas é o efeito da covid-19 nas funções cognitivas, principalmente memória e atenção. Algo a se frisar é que os prejuízos cognitivos podem ter um atraso de meses, não se apresentando logo após a doença.

Alguns pesquisadores estão utilizando o termo Brain Fog (névoa cerebral), que seria a condição desenvolvida pelo coronavírus a qual envolve a perda de memória recente, dificuldade de concentração e de execução de tarefas habituais, além de uma lentificação de raciocínio.

No início da pandemia, essas queixas eram associadas a pessoas que haviam ficado em estado grave, passando por internação hospitalar e sofrido comprometimento da função respiratória que exigia intubação, o que poderia ter ocasionado uma possível falta de oxigenação no cérebro. Agora, entretanto, se sabe que mesmo pessoas que desenvolveram formas mais leves da covid-19 também estão apresentando estes sinais persistentes.

Ao redor do mundo atualmente existem mais de 200 estudos que buscam respostas ao impacto neurológico direto e indireto da covid-19 no cérebro. Algo que já se sabe é que o perfil mais afetado é de pessoas acima de 40 anos.

A etiologia dos sintomas, ou seja, origens e causas está sendo muito pesquisada e ainda não se chegou a um consenso, acredito que principalmente devido à complexidade do vírus. Suas causas provavelmente sejam multifatoriais, podendo estar ligada ao efeito direto da infecção, a doenças cerebrovasculares (incluindo a hipercoagulação), a um comprometimento fisiológico (hipoxia), a efeitos colaterais de medicamentos e a aspectos sociais de uma doença potencialmente fatal.

Um estudo brasileiro, ainda em andamento, realizado no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor/FMUSP), liderado pela Neuropsicóloga Lívia Stocco Sanches Valentin, avaliou 185 pessoas, com idade entre 8 e 80 anos, entre março e setembro de 2020. O estudo teve como resultados iniciais que em 80% dos participantes, o coronavírus provocou dificuldade de atenção, perda de memória, problemas com a compreensão e déficits no raciocínio e na execução de tarefas comuns do dia a dia. De acordo com os dados preliminares, os sinais cognitivos são mais intensos em quem desenvolveu as formas graves da Covid-19. Porém, essas consequências podem surgir mesmo em casos antes tidos como assintomáticos.

Ainda não se sabe muito sobre a reversão do quadro de declínio cognitivo. Assim como algumas pessoas não retornaram com seus paladares e olfato depois de meses da recuperação da covid-19, outras seguem apresentando falhas significativas na memória, função executiva e linguagem de forma persistente.

Segundo pesquisadores do Hospital Universitário de Oslo (Noruega), em estudo com 13 mil participantes, 12% dos infectados por coronavírus apresentavam problemas de memória oito meses após terem contraído o vírus.

Ainda não se sabe o curso destes declínios (se estagnam, persistem ou pioram com o tempo), porém alguns pesquisadores têm sugerido que no futuro possamos relacionar a uma maior incidência de demências, do tipo Alzheimer, por exemplo.

O que se sabe é que não há remédio específico e as estratégias são as mesmas empregadas contra as disfunções cognitivas em geral, sendo que a reabilitação neuropsicológica é o tratamento mais indicado.

Antes de aderir a um programa de reabilitação neuropsicológica é importante que a pessoa busque avaliar o seu grau de comprometimento, através de uma avaliação neuropsicológica. O profissional indicado para a avaliação e reabilitação é o profissional Neuropsicólogo.

Ficou interessado e quer saber mais? Entre em contato comigo que terei o maior prazer em lhe auxiliar.

Lidiane Klein – Psicóloga CRP 07

Especialização em Neuropsicologia-UFRGS

Mestre em Psicologia e Saúde – UFCSPA

Doutoranda em Ciências da Reabilitação – UFCSPA

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Lidiane Klein

Especialista em Neuropsicologia pela UFRGS, Mestre em Psicologia e Saúde pela UFCSPA e Doutoranda em Ciências da Reabilitação. Trabalho com avaliação neuropsicológica, psicoterapia, reabilitação, intervenção neuropsicológica e estimulação cognitiva, principalmente para adultos e idosos.

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