Tenho observado que as pessoas estão com muitas queixas de memória, me causando a impressão de que quase ninguém está plenamente satisfeito com o seu rendimento individual. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é que é possível investigar se a sua queixa é realmente objetiva, ou seja, se sua memória está aquém do esperado para sua idade e escolaridade.
Dentro da Neuropsicologia utilizamos muito o termo queixas subjetivas de memória, que são as queixas que recorrentemente ouvimos dos pacientes e pessoas em geral. Ela é uma auto avaliação motivada pela identificação de falhas de memória no dia a dia, levando em comparação períodos anteriores da sua vida. É importante ressaltar que estas queixas poderão ou não ser acompanhadas por um déficit cognitivo objetivo.
O que estudos recentes mostram é que estas queixas subjetivas de memória podem predizer alterações afetivas, como ansiedade e depressão, comprometimento cognitivo leve e até desenvolvimentos de futuras demências.
É certo que toda pessoa que relata queixas de memória deveria ser avaliada clinicamente por um médico, objetivando detectar possíveis fatores que podem estar relacionados com o declínio da memória. A forma objetiva de avaliar a queixa de memória é por meio da avaliação neuropsicológica, que é um exame realizado por um psicólogo especialista em Neuropsicologia, cujo objetivo é avaliar o funcionamento cerebral, mapeando os domínios cognitivos, como memória, atenção, linguagem, e funções executivas (planejamento, resolução de problemas, organização, impulsividade, entre outros).
A avaliação não é invasiva, pois é realizada por meio de testes e perguntas, leva em consideração, na interpretação dos resultados, a história de vida de cada pessoa.
O resultado da avaliação poderá responder, por exemplo, se a queixa de memória é decorrente de uma dificuldade de atenção, como um sintoma de um quadro de estresse, depressão ou ansiedade, ou se apresenta o início de uma perda neuronal decorrente de um quadro degenerativo como o que ocorre na doença de Alzheimer.
Vale lembrar que os esquecimentos decorrentes do envelhecimento normal são MÍNIMOS.
Então se você tem observado que a sua memória não anda bem, ou de algum amigo e familiar, procure auxílio o quanto antes ou sinalize para a pessoa.
Quanto antes você tratar, mais tempo terá para lembrar!
Abraço,
Lidiane Klein – Neuropsicóloga